quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Verdades Coletivas

Recentemente, conversando com um amigo, fui questionado sobre a validade das informações adicionadas aos verbetes do Wikipedia. De fato, esta validade muitas vezes é, correta e devidamente, questionada. Mas creio que em muitos casos ainda temos medo de sair dos "abrigos" criados pela grande mídia para encararmos o mundo de um modo mais pessoal.

Eu, por exemplo, até conhecer outros veículos de informação da Internet, sempre entendia que o que está no jornal ou na TV é fato concreto e verdadeiro. Eu me contentava em saber que a mídia estava me oferecendo aquilo que eu devia saber e jamais eu, um reles mortal, poderia desconfiar ou desacreditar no que a Rede Globo, a Folha de São Paulo ou mesmo a CNN me diziam.

Estamos acostumados como este bombardeio de verdades que nos são impostas, e muitas vezes conferimos a veracidade de um tal acontecimento em outras mídias que são supridas pelos mesmo fornecedores da notícia anterior. Resumindo, lemos algo que nos faz desconfiar; daí procuramos outra publicação que diz o mesmo, usando outras palavras; pronto, estamos agora seguros de termos sabido a verdade.

Grandes grupos midiáticos e corporações influenciadoras em tais grupos tiveram seu tempo de controlar a opinião mundial através de suas "edições" da verdade por eles mesmos "pautada".

Mas agora, com a Internet, com este novo universo de possibilidades, as coisas serão diferentes. Grandes comunidades são capazes de opinar sobre grandes temas. E pontos de vista variados podem suprir as necessidades dos mais rigorosos questionadores. O diálogo possibilitado pelas Comunidades Online é inigualavelmente poderoso e, pela primeira vez na história, pessoas comuns, aqueles tais "reles mortais", deram furos de reportagem nas maiores empresas da mídia. Deixaram de ser membros de uma classe consumidora de verdade para passarem adiante seus pontos de vista e construirem, juntos, as verdades a serem lidas. Cada qual se policiando e policiando o outro.

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